INTRODUÇÃO AO TARÔ
Existem diversas teorias a respeito da criação do Tarô, uma das mais antigas se refere ao Egito, na época das grandes dinastias.
Hístória do Livro de Thot
Thot era um dos deuses secundários dentro da teologia egípcia e, em termos energéticos, ele era um tipo lunar. Tinha morado na Terra, ensinado aos homens a escrever, como também a divisão do tempo, além de lhes ter revelado os mistérios existentes nas medidas.
Os mais antigos egípcios, os primitivos desta raça, o chamavam de DUAS VEZES GRANDE. Isto, em virtude de que os seus ensinamentos se referiam a dois mundos, o oculto e o denso.
Havia os que o chamavam TRÊS VEZES GRANDE, em virtude de que os ensinamentos se relacionavam com os três planos em que se move o pensamento do homem (físico, emocional e espiritual), e este identifica e expressa tudo quanto a sua natureza é capaz de perceber e de discernir.
Se crê que o conceito cosmogônico de ANO DIVINO e os ciclos de evolução associados a este conceito são obras das doutrinas que Thot ministrava pessoalmente a um grupo escolhido, sendo a idéia de construir monumentos que resistissem a ação dos elementos e pudessem testemunhar para as gerações futuras as verdades desta doutrina, a específica chave do conhecimento adiantado que o Mestre Thot dava a seus discípulos com relação às mudanças dos tempos e ao florescimento e decadência, que profetizou para a civilização do Nilo.
Como era de imenso valor o que o Mestre ensinou de viva voz, a tradição dava a maior importância a um livro que Thot deixou escrito e que, julgando pela referência a que há sobre o mesmo, continha ele, AQUELA COISA QUE DÁ O CONHECIMENTO DE TUDO.
De acordo com estas referências, este livro dos deuses representa princípios universais, e estes princípios se expressam por meio de símbolos; os símbolos se interpretam por meio de números e os números se traduzem por idéias, que a mente conhece não pela idéia em si mesma, e sim pela vinculação que ela, mente, tem com o princípio universal com o que se relaciona.
Sabendo Thot que o tempo ainda não havia chegado para que os ensinamentos cumprissem sua missão, guardou o livro numa caixa de ouro, e colocou esta caixa de ouro numa de prata, a de prata em uma de marfim, a de marfim em uma de bronze, a de bronze em uma de cobre, a de cobre em outra de ferro, e esta última contendo o livro e as demais caixas e depositou-as no fundo do Nilo.
Há indícios de que entre os “vasos de ouro e prata” que Moisés diz que tiraram os israelitas do Egito, estavam algumas das lâminas que compunham as páginas deste livro, e que, dado a conhecer seu conteúdo aos sacerdotes mais chegados a Moisés, foi que mais tarde deram os fundamentos da Cabala.
Através do abade Anastácio Kircher, numa viagem que fez ao Egito, há 300 anos atrás, ele obteve uma destas lâminas que depois pertenceu ao Cardeal Bembo.
Kischer publicou um livro. “A língua Egípcia restituída”, e servindo-se dos símbolos que contém como chaves para decifrar numerosos hieróglifos, entre outros, como alguns murais de antiquíssimos templos no que resultaram corresponder a várias das demais lâminas do Livro de Thot.
Através de várias comparações e estudos profundos, cotejamentos das lâminas que tinham já em mãos, se pôde assim, reconstituir as outras laminas que faltavam reunindo novamente desta forma, o Livro de Thot.
Assim, os cientistas de várias escolas adaptaram suas conclusões às suas respectivas doutrinas, sendo que, para uns, se tratava de um livro que encerrava e declarava recônditos mistérios, já para outros, não passava de um objeto de entretenimento.
Chegando a converter-se, para os primeiros, e entre eles temos Court de Gevelin, Etteilla e Pasu, num ARCANO cujo simbolismo tem seus equivalentes nos elementos primários que formam a inteligência humana, e para os demais - grande maioria - em uma simples série de naipes cuja combinação se presta aos mais variados jogos de azar. Se torna claro que, no nosso caso, estamos entre os primeiros acima citados.
Desta maneira, cada lâmina ou carta é um todo, um compêndio de ideogramas, que sendo expoentes e conceitos universais para a mente, não somente - abre a esta compreensão destes conceitos, como também atualiza momentaneamente certas faculdades que põem em movimento o automatismo que permite exercitá-los para determinados propósitos, sendo um deles o de conhecer o que nos interessa em determinado momento.
Plano espiritual: Na parte superior da carta: uma letra hebréia, uma mística e um signo egípcio e os atributos de uma divindade, símbolo de determinado dinamismo. Esta parte está ligada ao plano espiritual possui mais significado para nossa subconsciência que para a consciência.
Plano mental: Interpretações de imagens no sentido do dinamismo. Atua no mental.
Plano material: Na parte inferior da carta: os símbolos ocultos, astrais, alfabéticos e cabalísticos. Através dos quais este dinamismo cumpre seu encargo no Plano Físico.
Visão geral do Tarô
O baralho completo do tarô é formado por 78 cartas. As 22 primeiras são os chamados Arcanos Maiores ou Trunfos; as outras 56 são os Arcanos Menores e correspondem aos quatro naipes (nos tarôs que utilizam essa nomeclatura).
Os arcanos maiores
Os 22 arcanos Maiores do tarô descrevem a jornada individual no caminho. As sete primeiras cartas (de números 1 a 7) mostram grandes princípios criativos a que todo indivíduo está subordinado: a habilidade do Mago, a sabedoria da Sacerdotisa, a fecundidade da Imperatriz, o poder do Imperador, a ética do Hierarca, a decisão do Enamorado, a audácia do passageiro do Triunfo. Em suma: Naipe do Espírito do Arcano 1 ao 7.
As próximas sete cartas (numeradas de 8 a 14) mostram as experiências materiais por que tem de passar o caminhante viajante em busca da consciência: a aceitação da crítica da justiça; o esforço da busca do Eremita; a submissão às leis da Roda da Fortuna; o enfrentamento dos instintos da Força; o espírito de sacrifício do Apostolado; a transformação da Morte; a reorganização da Temperança. Naipe da Mente do Arcano 8 ao 14.
O terceiro grupo (cartas de 15 a 21) mostra as diferentes experiências espirituais de iluminação e auto-realização: o poder material da Paixão; a rotura de barreiras da Torre; a contemplação silenciosa da Transmutação; a viagem nas ilusões da Lua; a luz clara e direta do Sol; o chamado superior do Julgamento; e (neste baralho) a abertura intuitiva da Transmutação. E finalmente o regresso que integra todos os poderes e todas as experiências na realização final. Naipe do Corpo do Arcano 15 ao 21. O vigésimo segundo arcano (O Retorno) representa o final desse caminho ("o retorno do espírito a casa do Pai"). Ele é arcano de transição entre a jornada na vida material (arcanos menores) e o caminho espiritual (arcanos maiores).
Os arcanos menores
Os arcanos menores representam a vida cotidiana através de figuras da sociedade (desde o trabalhador até o faraó). Arquétipos que englobam a experiência na vida humana.