Mitologia

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Áries

Áries

O Deus Ares, conhecido como Marte pelos romanos, era o deus da guerra e o único filho de Zeus e Hera. Existe uma outra versão romana sobre o seu nascimento, segundo a qual, Hera enciumada de Zeus, procura a Deusa Flora, que a ajuda a conceber partenogeneticamente, depois de tocar uma flor que crescia nos campos de Achaia.

Resolveu dirigir-se para o Oriente, afim de aí encontrar os meios propícios a tal realização. Fatigada do caminho, sentou-se ao pé do templo da deusa Flora que lhe perguntou a causa da sua viagem. A deusa, ouvindo o seu desejo, mostrou-lhe uma flor maravilhosa, a qual pelo simples contato fecundava qualquer mulher sem o auxílio de qualquer homem.

Vale ressaltar a relação do aspecto feminino (matéria) e masculino (ideia), o que existe nesta relação entre os irmãos Ares e Atena é uma relação que pode ser feita entre o signo de Áries e Libra. O deus da guerra sangrenta, ao contrário de sua irmã Atena (Minerva), que representa a guerra justa e diplomática.

Os dois irmãos tinham uma relação problemática que acabou culminando no embate de ambos, junto das muralhas de Tróia, cada um dos quais defendendo um dos exércitos. Ares, protetor dos troianos, acabou derrotado.

A visão de Ares que temos hoje, nos foi fornecida por Homero em sua "Ilíada", que descreveu-o como um sedento sanguinário que era frequentemente derrotado e insultado por sua meia-irmã Atena.

Ares foi um deus de muitos amores, mas a sua Deusa preferida era Afrodite, a Deusa do Amor. Com ela teve três filhos: Deimos (Terror), Phobos (Receio) e a filha Harmonia, que se casou com Cadmo e fundou a cidade de Tebas. A irmã e a companheira de assassinato de Ares era Eris, a deusa da discórdia.

A presença de Ares era acompanhada por Kydoimos, o demônio do estrondo da batalha, bem como o Makhai (Batalhas), o Hysminai (Carnificinas), Polemos (um espírito menor da guerra, e a filha de Polemos, Alala, a deusa personificação do grito de guerra grego, cujo nome Ares usou como o seu próprio grito de guerra.

Na mitologia, o deus Ares era tomado por um descontrolado, um irracional frenesi que o levava a lutar e matar. A sua reação era sempre violenta, vinha após uma provocação, porque ele não deixava nada de lado, tinha sede de guerrear e se deleitar com as batalhas. Para os deuses gregos que idealizavam o pensamento e a racionalidade, este temperamento agressivo e impulsivo foi muitas vezes condenado.

A sua relação com a meia irmã, a deusa grega Atena (Minerva), filha de Zeus (Júpiter) após este engolir a deusa Métis (Prudência), também sempre foi conflituosa. Com uma forte dor de cabeça, Zeus pediu a Hesfestos (Vulcano) que abrisse a sua cabeça com o seu melhor machado, após o qual saiu Minerva já adulta, portando escudo, lança e armadura. Era considerada uma das três deusas virgens, ao lado de Dina e Vesta.

Como deusa da guerra, Atena é a perfeita antítese de Marte ( Ares), o outro deus encarregado desta atividade. Atena é dotada de profunda sabedoria e conhece todas as artes da estratégia enquanto que Ares carece de bom juízo, pois possui uma ação impulsiva e violenta. A falta de sabedoria de Ares explica a sua invariável derrota sempre que confrontou Atena.

O princípio simbolizado por Ares é por vezes mais necessário quando se trata de desbravar um território hostil e fundar ou conquistar uma cidade, ou quando a violência é absolutamente incontornável diante de uma situação desesperada, mas é incapaz de criar uma civilização e manter a sociedade em uma forma estável, integrada e organizada. Esta parte cabe a Atena, a deusa da sabedoria e da diplomacia e da coesão social. Ela torna a guerra um instrumento social e político submetido ao intelecto, à disciplina e à ordem, antes do que um produto da pura barbárie e das paixões irracionais.

O seu atributo como domadora de cavalos confirma a submissão da força bruta à soberania e ao equilíbrio da justiça e da razão. Entretanto, quando decide lutar nela não se encontra nenhuma hesitação ou fraqueza, sua simples presença pode bastar para que o inimigo deixe o campo de batalha.

Na qualidade de guerreira Atena é invencível e pode ser tão implacável quanto Ares, mas isso não deixe de levar em conta os seus traços mais leves, o que Ares não possui. Vários episódios indicam relações afetuosas com o seu Pai e com os seus protegidos, e suas fidelidade e devoção podem ser profundas. Atena é considerada a divindade tutelar dos julgamentos e dos júris, e a fundadora mítica das cortes de justiça ocidentais, substituindo a tradicional punição por vingança, por meio da penalidade baseada em princípios consagrados em um sistema legal formalizado.

Claramente, estas duas divindades Ares e Atena são aspectos relacionados entre o signo de Áries e Libra, fundamental fazer as corelações e deixar aflorar o aspecto intuitivo para perceber passagens extremamente sutis dos relatos deste mito com aspectos psicológicos que tanto Àries quanto Libra irão vivenciar em suas vidas.

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Touro

Touro

Afrodite é a deusa grega do amor, do prazer e da beleza, identificada pelos romanos como Vênus.

Uma concepção tardia dividiu Afrodite em duas deusas distintas, Afrodite Urânia ou "Celestial", nascida sem mãe, do esperma de Urano; e Afrodite Pandemos, "De Todos os Povos", nascida de Júpiter e Dione. Esse conceito encontra-se pela primeira vez no século V a.C., em Platão.

Para os neoplatônicos e seus intérpretes cristãos, Afrodite Urânia, ou Vênus Celestial, representa o amor espiritual, enquanto Afrodite Pandemos era associada ao amor físico. Outras concepções davam a primeira como deusa do amor lícito, matrimonial e a segunda como a do amor desregrado, principalmente com prostitutas. Vale ressaltar novamente a distinção entre a presença do feminino (Afrodite Pandemos) e a do masculino (Afrodite Urânia).

A representação de Afrodite Urânia com um pé descansando em uma tartaruga (um dos símbolos de Câncer) foi interpretada como um emblema de discrição nos conflitos conjugais. Afrodite Pandemos foi representada em Élis, por Scopas, cavalgando um carneiro (Áries).

Afrodite Pandemos possui características mais terrenas, além de possuir uma linhagem materna. Ela mais do que Deusa da Paixão é uma Deusa da Vida e da Fertilidade. Vale ressaltar que o fato de Afrodite possuir uma mãe reconhecida (energia feminina ligada a Terra) dá a ela uma capacidade de gerar a paixão, a multiplicidade do feminino e de gerar vida em nível físico.

Em relação ao impulso inicial (energia masculina a ideia ou o céu), ele possui ligação com Afrodite Urânia em que há a ideia do amor não corruptivo que não esteja ligado com a energia material do múltiplo.

Para que o amor se manifeste em sua totalidade é necessário reunir o lado feminino - terra - com a parte masculina - ideia. Nesta percepção teremos a vivência do amor em sua totalidade, ligando os dois pólos opostos e complementares do masculino e do feminino.

Vênus em seu movimento possui a alternância entre o seu aspecto noturno e o seu aspecto diurno, isto confere ao planeta uma simbologia ambígua, presente na mitologia de diversas civilizações antigas. Vênus é associada tanto a divindades femininas, como Ísis, Ishtar/Astarte, ou até à Virgem Maria (Estrela da manhã, rogai por nós), como a potestades masculinas.

Para alguns povos a mudança de posição de Vênus nos céus era vista como um sinal de alteração do seu gênero, causador de transformações também no mundo.

A Estrela da Manhã era considerada masculina pela sua associação com a luz, o fogo, o poder, a guerra e as armas (recordando o papel de Ishtar como deusa guerreira), o relâmpago, o dia e o anúncio do Sol que simbolizava a capacidade de guiar os homens e os espíritos. Vênus possui fases semelhantes às da Lua e, portanto, também exibe um crescente – que é visível, em condições ideais, a olho nu.

A qualidade de Vênus Vespertina é de velar o sono do Herói Solar - proteger-lhe em seu descanso após a batalha do dia, tratar-lhe com o perfume das flores e unguentos, cuidar das feridas, responsabilizar-se por seu bem estar.

Já a estrela vespertina era feminina, associada à noite e ao amor, à fertilidade e aos seus mistérios, à velhice, à morte e ao mundo do Além. Um hino à Nana ou Innana, manifestação de Isthar, explica que a deusa é sempre a mesma, embora assuma diversas formas.

O seu caráter duplo com uma face masculina e outra feminina, uma benévola e uma maléfica, uma diurna e luminosa e outra noturna e sombria, reflete-se também na leitura de uma carta astrológica. Aqueles que nasceram sob uma Vênus manhã (localizada no mapa antes do Sol) possuem qualidades que se expressam de forma positiva e assertiva, enquanto uma Vênus vespertina se expressa de forma mais passiva, e mais magnética, ou sensual.

Em um mapa onde Vênus é a Estrela da Manhã, antecedendo a posição do Sol, os desejos sensuais ou sexuais podem ser tão fortes que dominam a pessoa e que possuem consequências das paixões exacerbadas. Já em relação à estrela vespertina, as qualidades solares saem vencedoras e a vontade pode ser usada para dominar e orientar os impulsos venusianos. A tendência aqui é para a sua purificação.

Vênus possui uma energia dupla. É sabido que um trânsito de Vênus não traz sempre harmonia e que existe uma faceta violenta ao seu alcance. De certa maneira, Vênus possui semelhanças com Kali, aspecto feminino de Shiva, senhora da sexualidade e da morte, criadora e destruidora de toda a vida.

Temos uma percepção inocente, doce e sedutora, porém quando rejeitada, ou dominada pela paixão, como na passagem do encontro com Adônis, Vênus é dominadora, agressivamente sensual e até vingativa e destruidora.

Vênus representa uma diferenciação do feminino lunar que está mais associado ao arquétipo feminino. Vênus representa o feminino em si, a noção de fêmea e mulher. No mapa astral de uma mulher, Vênus revelará as qualidades com as quais ela se identifica para se definir como mulher, reflete em como a mulher lida e expressa sua feminilidade. No mapa de um homem, Vênus mostra como ele lida com seu lado feminino e qual é o seu arquétipo de mulher, quais as qualidades que, para ele, uma mulher deverá ter.

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Gêmeos

Gêmeos

Na mitologia romana, Mercúrio (associado ao deus grego Hermes) é um mensageiro e deus da venda, lucro e comércio, o filho de Maia Maiestas, também conhecida como Ops, a versão romana de Reia, e Júpiter. Ele é associado ao signo de Gêmeos. O seu nome é relacionado à palavra latina merx ("mercadoria"; comparado a mercador, comércio). Mercúrio é o deus romano encarregado de levar as mensagens de Júpiter, sendo filho de Júpiter e de Bona Dea e nasceu em Cilene, monte de Arcádia.

Mercúrio era um deus muito jovem, alguns o relatam como um adolescente. Era magro, ágil, muito expressivo, gesticulava muito, dificilmente se calava. Possuía asas nos pés e um elmo também alado, o que lhe facilitava a deslocação para qualquer lugar, tornando este Deus o mais rápido do Olimpo. Hermes era um deus bastante dual, era considerado o protetor dos viajantes e das estradas, o senhor dos pastores, Patrono dos comerciantes, Pai da magia e da feitiçaria e da alquimia, era também o rei das encruzilhadas e o Patrono dos ladrões.

Hermes não tinha morada no Olimpo, era o "habitante do crepúsculo" e não tinha casa, pois estava sempre em movimento. A sua função de mensageiro o levava a todos os lados. No Olimpo sua função era a de Mensageiro e qualquer coisa que se quisesse comunicar de cima para baixo e de baixo para cima, era Hermes quem o fazia. Na terra, Hermes ensinou aos homens a escrita, a lógica, a matemática, a poesia e as artes da comunicação. Em um primeiro estágio, os princípios e valores morais (Júpiter) não significavam nada para Hermes. Mais tarde, Hermes "evoluiu" e tornou-se o Hermes Psicopompus, levava a alma dos mortos para serem julgadas no Hades, e também tornou-se um ser sábio, criou as leis herméticas, a base da feitiçaria, da alquimia e da própria Astrologia.

A personagem mitológica de Hermes revela algumas características importantes a respeito do planeta que corresponde. Em primeiro lugar, fisicamente, Mercúrio apresenta qualidades de jovem, adolescente, rápido, comunicativo, versátil, adaptável, sempre em movimento. Estava em todos os lugares, mas não ficava em nenhum por muito tempo, passando logo para outro, o que revela a superficialidade intelectual mercuriana. A dualidade do deus, ajudando quem viajava e também quem assaltava o viajante, também é um princípio de Mercúrio. Quando evoluído, desce aos infernos (inconsciente) e cria as leis herméticas, os sábios princípios de todas as ciências ditas "ocultas".

No Egito era Thot, conhecedor dos segredos e mistérios, adorado como apaziguador porque trazia harmonia ao povo através de suas poesias. Era o escriba dos deuses e responsável pelos livros divinos.

Hermes era o único deus que tinha acesso a qualquer reino, sendo também conhecido como Guia dos três mundos, isto é Hermes perambulava nos céus do Olimpo, na terra dos homens e no inferno dos mortos (reino do Hades).

A mudança, a transição, a passagem de um estado a outro foram personificados em Mercúrio. Mensageiro celeste, leva aos deuses as preces dos homens e aos homens os benefícios dos deuses; condutor das sombras, é a transição entre a vida e a morte; deus da eloqüência e dos tratados, faz passar ao espírito dos outros o pensamento de um orador, ou de um legado.

Nasceu em um monte (em cima – o alto), dentro de um vão de salgueiro. Salgueiro é uma árvore importante porque apotropaica, isto é, evita malefícios, como a arruda, a figueira, etc. Ao nascer, Mercúrio estava enfaixado e imediatamente desatou sua faixa e seus nós, ficando livre. Aquele que ata e desata tem o poder supremo, o poder de prender ou soltar alguém. Esse símbolo aparece na aliança do casal – foi atado pelo poder divino -, sendo que também os sacerdotes usavam-na.

Na grande época da arte, esse deus se revestiu de caráter macio e ágil, sempre imberbe, de cabelos curtos e apresentando o tipo perfeito dos jovens que freqüentam os ginásios. O seu rosto nunca tem a majestosidade de Júpiter, nem a altivez de Apolo, mas freqüentemente o cunho de uma grande finura, de acordo com o seu papel na Lenda, em que personifica a astúcia e a habilidade.

Dá-se ainda a Mercúrio outra série de atributos em relação às suas diferentes funções. Como divindade pastoral, acompanhado uma ou outra vez de um carneiro ou uma cabra; como inventor da lira, coloca-se-lhe ao lado de uma tartaruga. É um galo que o caracteriza como deus do ginásio, e a bolsa que segura com a mão revela o deus da mudança. Mercúrio usa um chapéu que lhe dá invisibilidade, sapatos com asas que lhe dão rapidez, uma bolsa para guardar seus lucros e um caduceu que é uma espécie de bastão que narcotiza mas também é símbolo da sabedoria. Mercúrio conhece as ervas e o seu poder mágico, representado pelo caduceu, é usado também como símbolo dos médicos.

É curioso lembrar outra versão do mito de Hermes que conta ser ele irmão gêmeo de Afrodite (filha de Urano), com a qual teve um filho. Eros por essa versão, apreendemos outra dimensão de Hermes, a de manter ligadas (através de Eros) relações que têm tudo para manter‑se separadas, dadas as suas diferenças, ao mesmo tempo que certa paixão (Afrodite) por tal tipo de relações.

O nome Hermafrodito deriva da união dos nomes Hermes e Afrodite. Assim como os dois nomes dos seus pais, Hermafrodito teria nascido com os dois sexos. A versão mais popular do mito dizia que a dualidade de sexos foi adquirida. Assim, Hermafrodito nasceu homem e foi entregue às ninfas, para ocultar o adultério da mãe. A deusa do amor e da beleza gerou muitos filhos, frutos de várias relações amorosas. Hermafrodito nasceu do romance com Hermes, mensageiro dos deuses.

Jung identificou em Hermes o misterioso momento em que o inconsciente, às vezes destrutivo, às vezes hábil, outras ainda terrível, mas sempre ambíguo e fértil, prega peças no ser humano; pois ser “embusteiro” era um dos principais atributos de Hermes, bem como ser andrógino e dupla face, visando levar o homem à descoberta da verdade, sempre oculta atrás das parcialidades do pensamento.

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Câncer

Câncer

Deméter deusa da terra cultivada, das colheitas e das estações do ano. É a deusa associada ao signo de Câncer, propiciadora do trigo, planta símbolo da civilização. Na qualidade de deusa da agricultura, fez várias e longas viagens com Dionísio ensinando os homens a cuidarem da terra e das plantações. Com Zeus, seu irmão, ela teve um casal de gêmeos: uma filha, Perséfone ("a de braços brancos") e um filho Despina ("a deusa das sombras invernais"), que representa o inverno é o oposto de sua irmã, Perséfone, que representa a primavera.

Deméter, ou Ceres, era responsável pela manutenção da vida na terra. Deméter era mãe da bela jovem Perséfone. Um dia, o deus dos infernos raptou Perséfone e a levou para o Hades - o inferno. Deméter procurou a sua filha por todo o mundo, desesperada, e a sua tristeza era tão grande que toda a natureza se ressentiu.

Como Deméter é a própria mãe natureza (Ceres - cereal), um terrível Inverno quase devastou toda a face da terra, situação propositadamente causada por Deméter para chamar atenção ao rapto que ninguém ligou. Com a terra secando e os homens morrendo de fome e frio, Zeus interveio, enviando Hermes - o deus mensageiro, para procurar Perséfone por todos os cantos do mundo. Descobriu-se que ela estava no inferno e que se havia tornado mulher de Hades. Deméter continuou irredutível e exigiu que sua filha voltasse para junto dela – a mãe. Foi então feito um acordo, onde por seis meses do ano Perséfone ficaria com a mãe e os outros seis com o marido.

Quando a filha regressou toda a terra voltou a produzir abundantemente e este período ficou conhecido como a Primavera. No Verão a alegria mantinha-se até o retorno da filha ao Hades, quando novamente Deméter deprimia e as folhas começavam a cair até a morte total no Inverno. E o ciclo se repete infindavelmente marcando as estações do ano. Este mito revela a natureza protetora materna, bem como a famosa estratégia Lunar de chantagem emocional e a mutabilidade cíclica de humor da Deusa Deméter.

Deméter reflete a experiência da maternidade que não está restrita apenas à gestação, nascimento e aleitamento, mas também à descoberta do corpo como algo precioso e que merece cuidados e atenção. É a conscientização de sermos parte da natureza, de estarmos ligados à vida natural e apreciar os prazeres da vida diária. Caso Deméter não seja cultivada dentro de nós, não podemos gerar, dar frutos, pois esse é o aspecto que nos faz ter paciência para esperar que as coisas amadureçam e assim podemos agir. É saber respeitar os limites da realidade do mundo fenomênico.

Deméter possui muita sabedoria que vem da natureza que se movimenta em ciclos e sabe que deve esperar, pois tudo amadurece na hora certa conforme a ligação com o meio. No entanto, Deméter também mostra o seu lado sombrio, apático e enlutado, que não consegue abrir mão do que julga possuir e se rebela contra qualquer invasão ao seu mundo harmônico. Então quando ocorre alguma intromissão, ela se torna rancorosa e magoada, mesmo sabendo que a vida é cheia de separações e mudanças.

Fundamentalmente agrário, o culto de Demeter está vinculado ao ritmo das estações e ao ciclo da semeadura e colheita para produção do mais precioso dos cereais, o trigo. Deusa maternal da Terra, sua personalidade é simultaneamente religiosa e mítica, bem diferente, já se salientou, da deusa Géia, concebida como elemento cosmogônico. Divindade da terra cultivada, a filha de Crono e Réia é essencialmente a deusa do trigo, tendo ensinado aos homens a arte de semeá-lo, colhê-lo e fabricar o pão. Tanto no mito quanto no culto, Demeter está indissoluvelmente ligada à sua filha Core, depois Perséfone, formando uma dupla quase sempre denominada simplesmente As Deusas. As aventuras e os sofrimentos das Deusas constituem o mito central, cuja significação profunda somente era revelada aos Iniciados nos Mistérios de Elêusis. Core crescia tranquila e feliz entre as ninfas e em companhia de Ártemis e Atena, quando um dia seu tio Diz, que a desejava, a raptou com o auxílio de Zeus. Core colhia flores e Zeus, para atraí-la, colocou um narciso, ou um lírio às bordas de um abismo. Ao aproximar-se da flor, a Terra se abriu, Diz apareceu e a conduziu para o mundo ctônio.

Desde então, começou para a deusa a dolorosa tarefa de procurar a filha, levando-a a percorrer o mundo inteiro, com um archote aceso em cada uma das mãos. No momento em que estava sendo arrastada para o abismo, Core deu um grito agudo e Demeter acorreu, mas não conseguiu vê-la e nem tampouco perceber o que havia acontecido. Simplesmente a filha desaparecera. Durante nove dias e nove noites, sem comer, sem beber, sem se banhar, a deusa errou pelo mundo. No décimo dia encontrou Hécate, que também ouvira o grito e viu que a jovem estava sendo arrastada para algum lugar, mas não lhe foi possível reconhecer o raptor, cuja cabeça estava cingida com as sombras da noite. Somente Hélio, que tudo vê, e que já, certa feita, denunciara os amores secretos de Ares e Afrodite, cientificou-a da verdade. Irritada Contra Diz e Zeus, decidiu não mais retornar ao Olimpo, mas permanecer na terra, abdicando de suas funções divinas, até que lhe devolvessem a filha.

Construído o santuário, Demeter recolheu-se ao interior do mesmo, consumida pela saudade de Perséfone. Provocada por ela, uma seca terrível se abateu sobre a Terra. Em vão Zeus lhe mandou mensageiros, pedindo que regressasse ao Olimpo. A deusa respondeu com firmeza que não voltaria ao convívio dos Imortais e nem tampouco permitiria que a vegetação crescesse, enquanto não lhe entregassem a filha. Como a ordem do mundo estivesse em perigo, Zeus pediu a Diz que devolvesse Perséfone. O rei dos Infernos curvou-se à vontade soberana do irmão, mas habitualmente fez com que a esposa colocasse na boca uma semente de romã e obrigou-a a engoli-la, o que a impedia de deixar a outra vida. Finalmente chegou-se a um consenso: Perséfone passaria quatro meses com o esposo e oito com a mãe. Reencontrada a filha, Demeter retornou ao Olimpo e a terra cobriu-se, instantaneamente de verde.

A imortalidade da alma era representada pela metamorfose do grão de trigo, que posto na terra, onde parece destinado a apodrecer, renasce à vida sob forma de nova espiga. Perséfone levada ao seio da terra ali permanece durante seis meses e ao rever a luz na primavera representa maravilhosamente essa espiga; a tristeza do mundo durante o inverno está representada pelos gemidos de Demeter, a terra que chora a filha.

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Leão

Leão

Nascimento de Apolo divindade ligada a Leão. Uma certa vez a deusa Leto trazia no ventre dois filhos de Zeus: Apolo e Ártemis. Amaldiçoada por Hera – a legítima esposa de Zeus –, que pediu à deusa Gaia, a Terra, que não desse abrigo para Leto, afim de que não conseguisse dar à luz aos frutos do adultério de seu marido, a mãe de Apolo estava impossibilitada de dar à luz em qualquer terra que se ligasse a Gaia, a deusa Terra, além de ser perseguida por um monstro denominado Píton, que Hera havia enviado atrás de Leto para não deixar que permanecesse tempo o suficiente para dar à luz em lugar nenhum.

Por nove dias e nove noites fortes dores atormentaram a deusa. Mesmo Hera, após os longos dias e noites de sofrimento da parturiente, compadeceu-se das dores de Leto e libertou sua filha Eilítia para auxiliar no trabalhoso parto.

Quando na décima noite ela deu à luz a seus dois filhos, a escuridão noturna tornou-se um luminoso dia. O Sol (deus Hélios) surgiu majestoso no céu, lançando em direção à ilha seus raios de ouro. Não podia ser diferente uma vez que havia nascido o deus da luz, Apolo de cabelos dourados e sua irmã Ártemis, a deusa da noite enluarada.

Proclo (filósofo neoplatônico do século V a.C.), em sua Teologia Platônica, estabeleceu uma hierarquia divina onde Apolo era uma emanação de Hélios e figurava, junto com Hermes e Afrodite, como uma deidade intermediária entre os deuses do universo primordial e da esfera superior e o mundo dos mortais, formando juntos uma trindade cujo atributo principal era os de elevar as almas humanas até eles mesmos.

Hermes seria o responsável pela elevação da alma até o conhecimento do Bem, e Afrodite até o plano da Beleza. Apolo teria a função de elevar a alma até a esfera da Verdade e da Luz da Razão através música, cuja virtude residia em sua capacidade de produzir harmonia e ritmo. As Musas seriam, nessa hierarquia, emanações secundárias de Apolo.

Proclo mais tarde, em Philebus, sintetizou o conceito de Bem como englobando Verdade, Beleza e Simetria, e ligou esses três aspectos, respectivamente, a três formas de vida: a do filósofo, protegido de Hermes, a do amante, devoto de Afrodite, e a do músico, seguidor de Apolo. Também ligou essas formas a três tipos de loucura produzida pela inspiração divina: respectivamente, a mania profética e filosófica, a mania erótica e a mania poética.

Ao mesmo tempo, na época de Platão já se tornara corrente uma visão de que Apolo era a antítese e o complemento de Dionísio, seu irmão, o deus dos excessos, das relações entre o corpo e a alma, da embriaguez, da orgia, das emoções descontroladas, da transgressão, dos mistérios ocultos e do teatro, enquanto que Apolo passou a ser mais ligado à esfera racional, à vida cotidiana, à arte e à ordem social, preservando contudo seu papel de inspirador da profecia e portador da palavra divina, ou Logos, também um símbolo do espírito e do intelecto. Também para os iniciados nos Mistérios Órficos.

Apolo e Dionísio eram manifestações polares da mesma divindade. Como o arqueiro infalível e deus da luz, matador da serpente Píton, que era um símbolo das forças do mundo subterrâneo e do caos irracional, Apolo era uma imagem do iniciado que penetra nos mistérios da Natureza através da ciência e domina a animalidade da natureza humana através da vontade, do conhecimento e da disciplina; era, também por isso, o deus das expiações, purificações e penitências.

Pitágoras teve um papel importante para a compreensão de seu significado. Ele era considerado por uns um filho de Apolo, por outros uma encarnação do próprio deus, que descera ao mundo dos homens com uma missão terapêutica. Ensinando uma doutrina de forte base ética e que enfatizava a harmonia e a pureza, sua influência sobre a cultura grega foi enorme, na mesma época em que o culto de Apolo se disseminava. Ademais, desenvolveu uma complexa teoria musical baseada em um sistema de proporções matemáticas onde os números simbólicos de Apolo ocupam lugar central. Esta teoria foi a base de toda a música grega da sua geração em diante e ainda permanece influente. Também foi importante a assimilação de Apolo pelo Orfismo, cujo patrono mítico, o músico Orfeu, era acreditado como filho do deus. Seus ritos incluíam a música e a divinação, sua doutrina enfatizava a disciplina moral rigorosa, a purificação e o ascetismo, e incluía a crença numa vida beatífica após a morte. O Hino a Apolo dos órficos declara a função do deus de harmonizador dos pólos opostos do cosmos com sua lira.

Para o filósofo Denis Huisman, a influência da imagem apolínea foi determinante para a formação da filosofia de Sócrates e, por consequência, a de Platão. Aristóteles referiu o mesmo, dizendo que de Delfos ele tomara o mote Conhece a ti mesmo, que se tornou o motivo organizador central de seu modo de vida e pensamento. Platão enfatizou sua faceta organizadora na Religião, declarando que o Oráculo de Delfos devia ser consultado acerca de todas as questões relativas ao estabelecimento de santuários, sacrifícios e outras formas de culto de deuses, daimones e heróis; também sobre as tumbas e os ritos fúnebres, e as indicações para cargos religiosos públicos.

Também disse que ele havia descoberto a Medicina, a arte do arco e a divinação sob impulso do desejo e do amor, e por isso ele era um discípulo de Eros. O poeta Calímaco o mostrou como o inventor da flauta e da lira - embora a tradição mais corrente diga que ele recebeu ambas de seu irmão Hermes - e canonizou a identificação entre Apolo e Hélios, o deus especificamente solar, criticando os que ainda faziam alguma distinção entre ambos, embora já Homero o chamasse de Febo, brilhante. Também seu papel de guardião de rebanhos se tornou mais marcado do que se lê em Homero e por extensão se tornou o protetor dos pastores. Pelo que se pode deduzir dos hinos fragmentários de Píndaro, Apolo surge como o regulador do céu e preservador da ordem do mundo, mantendo o sol sempre em seu curso, fazendo disso um símbolo do caminho da sabedoria. Com a pontaria infalível de suas flechas de luz, ilumina o intelecto humano, ressaltando sua ligação com o dom da profecia.

Sendo um deus curador e ligado à ordem social, por extensão foi associado com os ritos de passagem da infância para a idade adulta, tornando-se a imagem do educador ideal, provendo inspiração e instrução para o cultivo do corpo e da mente em um equilíbrio harmonioso e para uma correta inserção social do jovem na vida comunitária. Para os gregos esse equilíbrio era um dos objetivos de um amplo sistema ético-pedagógico conhecido como paideia, concebido para a realização da kalokagathia, ou seja, a reunião de todas as Virtudes dentro da esfera da Beleza, o que incluía a excelência física como reflexo da excelência moral, cívica e espiritual. Em seus atributos de iniciador e educador.

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Virgem

Virgem

Ártemis, Deusa da caça e da serena luz, é a mais pura e casta das deusas e, como tal, foi ao longo dos tempos uma fonte inesgotável da inspiração dos artistas. Zeus, seu pai, presenteou-a com arco e flechas de prata, além de uma lira do mesmo material (seu irmão Apolo ganhou os mesmos presentes, só que de ouro).

Recebeu de Hefesto, o Deus do fogo e das forjas, o seu arco. Zeus também lhe deu uma corte de Ninfas, sendo a rainha dos bosques. Como a luz prateada da lua, percorre todos os recantos dos prados, montes e vales, sendo representada como uma infatigável caçadora.

É representada, como caçadora é, vestida de túnica, calçada de coturno, trazendo um arco na mão e um cão ao seu lado. Outras vezes acompanhada das suas ninfas, tendo a fronte ornada de um crescente. Representam-na ainda: ora no banho, ora em atitude de repouso, recostada a um veado, acompanhada de dois cães; ora em um carro tirado por corças, trazendo sempre o seu arco e aljava cheia de flechas.

Ártemis, apesar do seu voto de castidade, tendo ela se apaixonado perdidamente pelo jovem Órion (que era caçador também) e se dispondo a consorciá-lo, o seu enciumado irmão Apolo impediu o enlace: achando-se em uma praia, em sua companhia, desafiou-a a atingir, com a sua flecha, um ponto negro que indicava a tona da água, e que mal se distinguia, devido à grande distância.

Ártemis, toda vaidosa, prontamente retesou o arco e atingiu o alvo, que logo desapareceu no abismo no mar, fazendo-se substituir por espumas ensanguentadas. Era Órion que ali nadava, fugindo de um imenso escorpião criado por Apolo para persegui-lo. Ao saber do desastre, Ártemis, cheia de desespero, conseguiu do pai que a vítima e o escorpião fossem transformados em constelação. Quando a de Órion se põe, a de escorpião nasce, sempre o perseguindo, mas sem nunca alcançar. Percebemos aqui uma clara relação do signo de Câncer com Escorpião.

Nas festas em homenagem à Lua eram sempre executadas danças de extrema sensualidade e havia constantemente a presença de um ramo considerado sagrado. Ártemis é considerada tanto uma prostituta sagrada quanto uma virgem responsável pelos partos, pois os mitos a retratam igualmente como o bebê que nasceu primeiro e ajudou a mãe a parir o irmão Apolo.

Embora pareça contraditória esta personalidade ambígua de Ártemis, na verdade ela está associada à dupla faceta do feminino, que protege e destrói, concebe e mata. Esta imagem da deusa é difundida especialmente na Ásia Menor. Não se sabe exatamente onde e quando surgiu seu culto, pois os autores que estudam o mito divergem quanto a este ponto.

Alguns pesquisadores acreditam que seu nascimento remonta às tribos da Anatólia, exímias caçadoras, consideradas berços das famosas amazonas. Outros creem que ela descende da divindade Cibele, protetora da Natureza, cultuada na Ásia Menor, também representada como uma Rainha das Feras, rodeada por leões, veados, pássaros e outros exemplares da fauna.

Há estudos que situam Ártemis ao lado de outras potências lunares, tais como Hécate, também associada às esferas infernais, e Selene; as três compunham uma espécie de trindade da Lua. Os italianos a conhecem como Diviana, expressão que pode ser traduzida como Deusa, e pode ser facilmente ligada ao nome Diana.

Na Itália eles comemoravam sua festa no dia 13 de agosto, quando os cães de caça tinham seu momento de glória e os animais ferozes eram deixados à vontade. Este evento foi consagrado pela Igreja como um culto católico que marca a Assunção de Nossa Senhora, transferido para o dia 15 de agosto.

Esta deusa da fertilidade animal tinha várias discípulas que eram denominadas ursas. Elas reconheciam sua natureza autoritária e repressora. Os animais ferozes que estão sempre junto a ela representam, por outro lado, os impulsos que precisam ser dominados. Sem dúvida ela é o símbolo maior do feminino, de liberdade e autonomia.

Virgem simboliza a gravidez da natureza pura, livre e não controlada. É o signo do respeito à condição da natureza que se coloca humilde e pronta para a renovação da ordem natural, que acontece em ciclos. Tudo tem seu momento e sua história no seu devido lugar. O universo busca a ordem da matéria dentro do tempo correto.

O signo de Virgem representa a energia do plano material que deve ser purificada para se transformar em fruto. É a purificação da forma humana, de um mundo que se diferencia, se particulariza e se seleciona. A limpeza acontece em um processo no qual primeiro se acumula, se coleciona, se examina, se classifica, para depois determinar os limites precisos.

Virgem simboliza os limites impostos a toda atividade da vida criativa, que determinam a seleção entre o espiritual e o material, o controle entre a moralidade e o abandono, entre a permanência pessoal e a retirada, entre a impureza e a pureza, entre o erro e a remissão. Limites estes que servirão para posterior julgamento e que só serão vencidos com disciplina e ordem.

Símbolo do chão pronto para receber a semente, Virgem representa a terra distribuidora, que está apta para servir e ser servida, para espalhar e liberar a essência Divina. É o espírito do trabalho, da minúcia e da capacidade de discernimento. O signo também é associado à colheita dos cereais - alimentos puros e não poluídos.

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Libra

Libra

Vênus – Afrodite, sendo a mais bela e brilhante estrela vista no céu, ficou conhecida como a deusa da beleza e do amor.

Esta deusa participa de inúmeros mitos e veremos alguns na mitologia de Touro e de Libra, signos regido por Vênus, mas por agora, interessa-nos conhecer o mito do nascimento da deusa e as suas características pessoais.

Afrodite nasceu de uma situação de discórdia. Urano, Deus céu, era o deus dos deuses na altura e era sua função criar todas as coisas no universo. Sua mulher, Gaia, a terra, estava sempre embaixo do céu, e eles viviam uma situação de cópula constante.

Urano rejeitou os filhos nascidos de Gaia, pois eram terrenos e feios demais a seus olhos e os empurrou de volta para o útero da mãe, impedindo-lhes o nascimento. Mesmo assim, eles continuavam procriando eternamente até que Gaia, revoltada com a situação, presenteou com uma foice, o filho Cronos que estava em seu interior, pedindo-lhe que se vingasse do pai, castrando-lhe e impedindo que ela continuasse sendo eternamente fecundada por Urano.

E Cronos assim o fez, saltando do útero da mãe rapidamente, cortando os órgãos genitais do pai e jogando-os no mar. Da espuma do mar com o esperma dos órgãos nasceu Afrodite, a última filha que Urano iria ter.

Afrodite representa a justiça e a paz restauradas, depois da castração de Urano. Esta deusa, nascida de uma concha, é a “pérola” do Olimpo, sendo a mais bela deusa, era desejosa de amor, e se envolveu com muitos deuses, teve inúmeros casos sendo sempre infiel a seu marido Hefesto, o deus ferreiro. Afrodite foi obrigada a casar-se com Hefesto, um deus deformado e feio, como punição a sua superficialidade e vaidade excessiva, para que pudesse valorizar outras qualidades além da estética.

Afrodite era muito vaidosa e perseguia as mortais que eram de igual beleza. Detestava competições querendo ser sempre a número um, sem rivais. Era ciumenta e possessiva e ainda assim era a padroeira dos casamentos. Era a protetora das artes, e a musa inspiradora dos artistas.

Astrologicamente, Vênus representa onde existe expectativa de perfeição e harmonia, e, portanto, onde pode haver a ilusão e consequente desilusão, caso estas expectativas não sejam satisfeitas. Vênus é o arquétipo do sentimento de amor e todas as projeções que o acompanham. Vênus é o planeta do amor pessoal, frente a Netuno, que é o do amor universal. A deusa do amor, da alegria, da arte e o do matrimônio.

Possui a dificuldade que se guia em excesso pelo sentimento e a atração sexual, enquanto que o racional e o sentido comum ficam às vezes de lado. Dá a felicidade e o desfrute da vida mas, por outro lado, chega à banalidade e à superficialidade, já que só pensa em seus amores e nas diversões.

Vênus pode ser a perfeita esposa ou a mulher interessada, a fêmea carinhosa ou a mulher irresponsável, etc. Mas não só representa os amores femininos, mas também se conecta com a amabilidade, a doçura e o sentido estético no homem.

Libra é o único símbolo inanimado das doze constelações zodiacais e alude ao equilíbrio, à justiça e a harmonia.

Na antiga Roma, Júlio César a considerava símbolo de seu governo. Anteriormente, os gregos a relacionaram com a Libra o legendário inventor dos pesos e das medidas.

Libra, igualmente foi vinculada à deusa Harmonia, filha de Vênus e Marte, cujo matrimônio com o Cadmos foi a ocasião para que os deuses rivalizassem em presentes de bodas, que consistiam, em sua maior parte, em joias e vestidos magníficos. De Ateneu, Harmonia recebeu um manto, ou peplo e, do Efesto, um colar feito por ele. Após, o luxo ficou ligado indevidamente à constelação de Libra, do mesmo modo que o bom gosto, a harmonia e a concórdia.

A deusa grega Atena nascida diretamente do cérebro de Zeus, que em acesso de dores de cabeça pediu a Hefestos (Vulcano) que lhe abrisse o crânio com um martelo de forjaria, se identifica com os atributos de deusa da inteligência, da paz, das artes e dos artistas; estrategista e apegada às soluções práticas, representa a mulher que se deixa guiar principalmente pela razão e não por arrebatamentos afetivos ou instintivos.

Por isso, prefere a companhia masculina (com a qual identifica, projetivamente, seu poderoso Animus), sendo preciosa confidente e amiga íntima, a despeito de usar muitas vezes o sexo como “ato calculado”. Atena é a tentativa constante de atingir o equilíbrio de opostos através do julgamento racional e da valorização das diferentes necessidades das pessoas.

Em Vênus, portanto surgem os primeiros valores sejam valores sociais (Libra) ou materiais (Touro). As noções de amor, expressão afetiva, harmonia, cooperação, paz, humanitarismo, justiça, senso estético e também de segurança, riqueza, dinheiro e prosperidade são atribuídas a Vênus.

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Escorpião

Escorpião

Plutão por ser o mais jovem dos três irmãos (Júpiter, Netuno e Plutão), tocou-lhe o reino dos infernos na partilha que fizeram com os reis filhos de Saturno. Chamam-se infernos as moradas subterrâneas aonde vão os corpos depois da morte. Os keres, seres malignos servidores de Plutão, são os encarregados de dar aos homens o golpe mortal e logo conduzir as suas almas voando até a morada do Hades.

Ali estas almas têm que ser julgadas e receber a pena por seus crimes ou a recompensa por seus atos virtuosos. À porta do reinado há sempre em vela um cão com três cabeças chamado Cérbero, para impedir que os vivos entrem ou que as almas saiam. Este vasto império subterrâneo está rodeado por dois rios: o Aqueronte e o Estigio. Caronte é o barqueiro deste mundo infernal e está dedicado a transportar as almas dos mortos de uma borda a outra do Aqueronte. Representa-lhe como um velho muito feio e de larga barba cinza, que exige que lhe pague por cada viagem um óbolo como o mínimo e três óbolos como o máximo.

Os familiares colocam as moedas na boca do passageiro antes de enterrá-lo. Caronte rechaça aos que não podem pagar o óbolo. A outros, senta-os no barco, leva-os a borda oposta e os entrega a Mercúrio, quem os põe ante o terrível tribunal. Caronte é um verdugo ao serviço do Inferno. Três juízes formam parte do tribunal.

Uma vez feita pública a sentença, os bons são levados aos Campos Elíseos e os maus são jogados no Tártaro. Os Campos Elíseos são de um verdor maravilhoso e pradarias cheias de flores. O Sol brilha e os pássaros cantam com uma doce melodia, rios, terras fecundas, colheitas abundantes, etc, são outras de suas delícias. Neste lugar não há dor, enfermidade nem velhice, nem para o corpo nem para a alma, como tampouco existem paixões nem inveja humanas.

O Tártaro, recompensa dos maliciosos, é uma prisão fortificada rodeada de um rio de fogo chamado Flaguetón. Nele há três barqueiros que são três Fúrias: Alecto, Meguera e Tisífone. Com uma mão empunham uma tocha candente e com a outra um látego ensanguentado, com o qual flagelam sem cessar os quão malvados que merecem duros castigos.

Ali moram os violentos, os traiçoeiros, os infiéis, os avaros, os belicosos, etc. Todos expiam suas faltas e, de uma vez, querem voltar a gozar da luz do dia e de uma vida aprazível.

Perto do Tártaro vivem os Remorsos, a Miséria, as Enfermidades, a Guerra, a Morte, é, em definitivo, o reino de Plutão quem, já cansado de seu comprido celibato, decidiu um dia recorrer à violência para conseguir uma esposa.

Todas as deusas fugiam de Plutão por seu horroroso reino, sua fealdade física como homem, sua rudeza, etc. Aqui podem estar simbolizadas duas coisas: a brutalidade sexual do plutoniano pouco desenvolvido ou as dificuldades que encontram o homem e a mulher superiores de Plutão, inicialmente, para encontrar um parceiro/ casal, devido à dedicação intensa e também por não gostar dos pretendentes imaturos e ciumentos.

Há uma segunda vertente mais benéfica de Plutão, em que lhe descreve usando o corno da abundância, o qual pode simbolizar que, quando a pessoa realiza um trabalho de autoconsciência individual, as riquezas materiais lhe vêm, além disso, neste caso Plutão é o símbolo da vida e da morte (transformação) das manifestações da natureza.

Plutão indica a capacidade do indivíduo para a transformação de seu próprio caráter e da sua conduta. Este trabalho de autotransformação é duro e requer muitas vezes uma intensa energia. Através de práticas como o Ioga, por exemplo, se obtém a vitalidade física, emocional e mental requerida para este processo alquímico, que consiste especificamente no autocontrole e autoconsciência. Muitas vezes, esta purificação interna pode suportar sofrimento na pessoa, mas só durante certas etapas, nas quais se cerca uma dura luta espiritual, cujo fim último é chegar a um equilíbrio entre o macrocosmos e microcosmos.

Plutão, símbolo da energia vital total do ser humano, é poderoso, potente e criativo. É difícil de controlar, pois pode chegar a ser bestial se não houver consciência.

No homem e mulher superiores do planeta, Plutão dá a ânsia de desenvolver-se, abrir a consciência cada vez mais e lutar dentro e fora pelo descobrimento dos tesouros do eu. A sua força é tão intensa e profunda que rompe barreiras internas e externas, mas sempre com o único fim de limpar a consciência e moldar as próprias circunstâncias de acordo com esse novo estado de compreensão. O caminho plutoniano não é fácil mas é o mais curto, pois embora intenso e cheio de espinhos, motiva percorrer o difícil, o oculto.

Plutão é a força que transforma a estrutura atômica da vida, a fim de que as várias partículas energéticas possam reagrupar-se em sua nova forma.

É ele que traz à superfície tudo o que está reprimido no inconsciente. É uma transformação através da destruição. A energia é desintegradora, no entanto, é um instrumento poderoso para a penetração no inconsciente, removendo obstáculos que estão sedimentados no íntimo do ser humano.

O arquétipo de Plutão é, portanto o do poder de transformação em que a sequência: nascimento – vida ‑ morte, permeia a condição humana da qual não se pode escapar.

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Sagitário

Sagitário

Na mitologia é Zeus para os Gregos e Júpiter para os Romanos. Zeus é o Deus dos Deuses. É o maior, mais importante e mais poderoso dos deuses. Antes de Zeus, Cronos era o Deus dos deuses. O oráculo profetizou que Cronos seria destronado por um dos seus filhos, assim como ele havia destronado o seu pai, Urano. Então ele passou a devorar sua prole recém-nascida. A sua esposa Réia, revoltada, resolveu proteger o belo Zeus que acabara de nascer e deu uma manta envolta numa pedra para Cronos engolir. Zeus cresceu escondido e voltou ao Olimpo para fazer justiça aos irmãos engolidos.

Disfarçado de Copeiro, envenenou a comida do pai, que vomitou todos os filhos já crescidos em seu interior. Zeus liderou então uma rebelião junto com seus irmãos e tornou-se o deus dos deuses, instaurando um período de paz e justiça no Olimpo. Zeus era um dos mais adorados deuses, era o mais sábio, o mais justo e também o mais generoso. Zeus tinha também uma faceta divertida, bem-humorada e engraçada e seu pior defeito era a infidelidade à sua esposa Hera, como em tudo era abundante, também se relacionou com inúmeras mulheres, deusas e mortais e teve centenas de filhos.

Conseguiu salvar os seus irmãos e irmãs que haviam sido engolidos por seu Pai. Destronou Cronos e, juntamente com seus irmãos e irmãs, tomou posse de seu trono. Formou-se, assim, a Terceira (e última) Geração Divina do Olimpo. Ao casar-se com sua irmã Hera fortalece-se em poder, tornando-se o Deus dos Deuses – Deus supremo do Olimpo – a quem tudo e todos deviam obediência.

Por sua supremacia e por ser o deus da fecundidade, espalhou a sua semente por todo o seu reino, unindo-se com várias deusas e com várias mortais. Tornou-se, então, o Pai de todos: era o pai de deuses, deusas, musas, ninfas e de mortais, porém somente dos heróis.

Para seduzir uma mortal não poupava esforços metamorfoseando-se, ora em chuva de ouro, ora em touro de pelo dourado, ora em um cisne branco e esplêndido. Como deus dos céus, era o senhor dos raios e trovões. Quando o céu estava claro, ensolarado ou estrelado, dizia-se que Zeus estava satisfeito com os homens, mas quando armava uma grande tempestade, carregada de raios e trovões, entendiam que Zeus estava insatisfeito com os feitos humanos e corriam para preparar um lauto banquete para uma magnífica celebração em sua homenagem na intenção clara de acalmá-lo.

Júpiter representa tudo o que há de mais magnânimo, esplendido e grandioso. Os gregos mostram um deus temperamental, que exige extrema reverência e tratamento magnificente. O seu reino e seus feitos eram auspiciosos, suntuosos e majestosos.

A energia de Júpiter sempre traz o excesso, o mega e a abundância. Essa energia usada positivamente gerará a fartura e a opulência em tudo que toca. Já o seu lado negativo aplicado encontramos a mania de grandeza e o complexo de superioridade.

Os seus filhos mortais, não eram simples mortais, mas sim, heróis, como o Hércules, por exemplo. Capazes de viver a vida num nível supra-humano, ou seja, superando as limitações e as dificuldades que um reles mortal simplesmente sofre. E, a exemplo de Hércules, somos também seus filhos, portanto, somos herdeiros de sua divindade.

Júpiter, na Astrologia, é considerado a bem-aventurança. Onde o encontramos no Mapa Astral contamos sempre com a sorte e com oportunidade de crescimento e desenvolvimento positivos. Ali temos as chances, que faremos geminar, ou não. Todos os benefícios para tal nos serão presenteados: o que faremos depende de outros fatores do nosso Mapa Astral. Capacita-nos com potencial para a generosidade e altruísmo em prol do coletivo, movidos pelo ideal da ética e da moral elevada.

Como Deus dos Deuses, ao usar as suas leis na forma do mais alto ideal e não permitindo que nada seja feito de forma diferente da estabelecida por ser percebida como grande pecado ou violação; teremos, então, em sua forma negativa, a expressão de um regente ditador ou um tirano.

A sua energia coloca-nos como adeptos da expansão da consciência, do intelecto, do espiritual, mental e cultural, tendo como foco a busca da sabedoria. A filosofia, a religião e a política são seus campos preferidos de atuação.

Astrologicamente, Zeus pode representar o arquétipo do sábio. Júpiter é o mestre que intui a verdade e a ordem superior e a transmite. É o professor altruísta que quer expandir o conhecimento para fora de si, quer ensinar e transmitir os valores, os ideais superiores, a ética e os princípios. Júpiter é a vontade de aprender e depois de ensinar. Júpiter também representa benefícios, “proteção de Zeus”, sorte, fortuna, alegria, facilidade, entusiasmo, jovialidade e prazer. Zeus tinha também uma faceta divertida, bem-humorada e seu maior vício era a infidelidade a sua esposa Hera.

Júpiter nos mostra a necessidade de uma expansão na esfera de ação e de experiência. Conforme o homem vai vivendo, o espaço de sua consciência tende a se alargar, isto é, incorporar ao máximo a realidade do mundo externo. Como consequência desta expansão ou alargamento cultural, através de viagens pelo mundo ou por metas filosóficas, a consciência tende a uma maior percepção. É a vontade de participar de tudo aquilo que está além do conhecido.

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Capricórnio

Capricórnio

Na mitologia Saturno é Cronos, o deus do Tempo e da Forma. Depois de castrar seu pai Urano, Saturno mudou a ordem estabelecida por Urano e a própria forma da vida, que antes era infinita e atemporal e depois passou a ser finita e condicionada pelo tempo.

Antes, para que qualquer coisa viesse a existir, bastava um pensamento criativo de Urano e pronto, a existência se fazia. Depois de Saturno, filho de Gaia (terra), tudo teria de passar por um processo de nascimento físico e consequente crescimento, envelhecimento e morte, e todo o universo também estaria sujeito à condição limitada do espaço-tempo imposta por Cronos.

Saturno soube pelo Oráculo que seria destronado por um dos seus filhos. A partir daí, passou a engolir toda a sua prole. Ao engolir a prole, Cronos protegia a si próprio e ao mesmo tempo não precisava destruir os filhos, mantinha-os protegidos e inofensivos em seu interior. Réia, sua esposa, farta de ver os filhos submetidos à tirania do pai, escondeu um dos filhos, Zeus, que cresceu salvo pela mãe, que enganou Cronos dando uma pedra enrolada num manto para ele engolir. Cronos assim o fez, e não notou diferença nenhuma entre o bebê e a pedra, já que era cego.

Quando adulto, Zeus envenenou a comida do pai e ele vomitou todos os seus filhos, que liderados por Zeus, se rebelaram contra o pai e deram início a uma nova era no Olimpo. Através do mito de Cronos podemos observar alguns conceitos importantes. Primeiro a noção de tempo, limitação espaço-tempo, a existência condicionada à matéria.

Saturno, expulso da montanha sagrada, instalou-se então em Roma, na colina do Capitólio, onde terá fundado uma aldeia fortificada, Saturnia. Outra versão alude ao fato de Saturno ali ter sido recebido por um outro deus oriundo da Grécia e ainda mais antigo que ele, Jano, a divindade bifronte. Jano habitava do outro lado do rio em uma colina que ficou chamada Janículo, em sua honra. A região de refúgio de Saturno ficou a chamar-se Latium, por aí se ter escondido (em latim, latere, estar escondido). Tornou-se assim o seu reino, rico e com um futuro promissor. Terá sido Saturno, segundo a tradição, quem terá ensinado aos habitantes da região (chamados de Aborígenes) a agricultura. Presidia igualmente as sementeiras, protegendo depois as culturas. Era o deus dos adubos, fertilizantes do solo. Para os camponeses, era por tudo isto o seu patrono. Também deu aos Aborígenes as primeiras leis, dando continuidade à obra civilizadora que Jano tinha começado. Foi esta a chamada "idade de ouro" itálica, tal era a prosperidade, paz e harmonia. Saturno ficou a ser por isso um deus da "civilização", da Abundância. Naqueles tempos da idade de ouro, corriam rios de leite alternados com rios de néctar e a terra produzia sem que fosse necessário o trabalho dos camponeses.

Reinava a paz e a distribuição igualitária da terra e dos bens entre todos, como dizia Virgílio. Saturno tinha como atributos na sua representação iconográfica (em que surgia como um velho) uma pequena foice - que lhe servia para cortar o cereal nas searas, para podar as árvores e as vinhas, como servia também para castrar ou mutilar - ou uma serpe, conotando-se a sua lenda com a invenção e difusão do fabrico do vinho e da cultura e tratamento da vinha.

Os dias consagrados a este deus chamavam-se Saturnales, e eram os que encerravam o mês de dezembro, que lhe era dedicado, pois era nesta altura que começava a germinação das plantas. As festas que nesses dias tinham lugar, as Saturnalias, entre 17 e 23 de dezembro - que festejavam o solstício de inverno, para fazer com que o Sol regressasse ao céu, bem como a abundância, a igualdade e a liberdade dos tempos dourados do reinado de Saturno no Lácio - tinham um caráter algo libertino e carnavalesco. Eram um período de exceção no ordenado e disciplinado cotidiano romano, com encerramento das escolas e tribunais, pausa nas guerras e nos trabalhos políticos e administrativos.

Durante estes licenciosos festejos, as classes sociais alteravam-se, sendo até abolidas por alguns dias. Os escravos e servos eram então senhores, dando ordens e exigindo, e estes últimos faziam-se então de criados, servindo à mesa e obedecendo em tudo o mais. Era, pois, a recordação de uma idade de ouro em que não havia distinção de classe e a liberdade a todos tocava. Daí que no fim dos banquetes públicos que se realizavam nas festas, os mesmos em que se subvertiam as classes sociais, todos entoavam um hino em honra a Saturno, Io Saturnalia ("Viva as Saturnais"), uma memória e um apelo ao retorno da paz e riqueza da Idade de Ouro. O templo dedicado a Saturno em Roma existia desde o século V a. C.

Em um senso mais pragmático, Saturno força ao cumprimento de obrigações e responsabilidades, a fim de que possa ocorrer o desenvolvimento pessoal. A sua posição no signo e a casa apontam o caminho para as lições necessárias, bem como o grau e natureza da autodisciplina.

A noção de limitação pode ser associada à posição de Saturno no sistema solar. Saturno é o último planeta visto a olho nu e por muito tempo representou o limite conhecido do sistema solar, sendo a fronteira entre o conhecido e desconhecido (consciente e inconsciente) portanto, pode-se dizer que toda a experiência material vai até Saturno.

Saturno simboliza a estrutura de valores que conduzem ao crescimento evolucionário. Em vista disto, este planeta é a “ponte” entre as forças da consciência universal - os planetas extra-saturninos (Urano, Netuno e Plutão) - e as forças da existência material e o Eu pessoal - os planetas intersaturninos. (os planetas vistos anteriormente).

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Aquário

Aquário

Urano (em grego ‘o que cobre’ ou ‘o que envolve’). A etimologia possivelmente tem origem no vocábulo sânscrito que origina o nome de Varuna, deus védico do Céu e da Noite. Urano era uma divindade da mitologia grega que personificava o céu. Foi gerado espontaneamente por Gaia (a Terra).

Urano é a representação do céu que, em esoterismo, é um estado mental e não um lugar físico. E a esse reino se chega mediante a intuição e o pensamento superior. Este deus é o marido de Gaia, a Terra, que no ensino tradicional representa não só a Terra como planeta mas também como lugar de experiências na trajetória da evolução da consciência humana.

Urano e Gaia procriaram gerações monstruosas: os Ciclopes, os seis Titãs, as seis Titánidas e os três gigantes Hecatónquiros. Neste fato procriador se representam as forças repentinas que o uraniano imaturo põe em ação e logo não sabe controlar, mas nem todos os filhos deste divino casal foram monstros, pois eles tiveram a Oceano, representado por um rio que abraça a Terra e não desemboca em nenhuma parte mas sim retorna as suas próprias fontes. Ocenao é o pai de todos os rios, de todos os mares e dos mais remotos mananciais, está representado também como um venerável ancião recostado nas águas, coroado por algas marinhas e com uma lança ou uma urna na mão. Assim, muito mental Urano, quando está equilibrado, sabe captar o elemento água que, em esoterismo, simboliza o sentimento. Deste modo, ficariam combinadas perfeitamente a capacidade mental e a sensibilidade emocional, embora não cabe dúvida que, no que à água se refere, é Netuno, ou Poseidon o que leva o assunto até suas últimas consequências.

E voltando para nosso ilustrativo tema mitológico, diremos que Gaia estava zangada pela contínua fecundidade que lhe impunha seu companheiro e além disso porque Urano, à medida que nasciam seus horripilantes filhos, ia sepultando nas vísceras da terra.

Gaia tratou de convencer a seus filhos de que a vingassem e só Cronos, o mais jovem, que odiava o seu pai sem saber por que, aceitou conspirar junto a ela contra Urano. Na mutilação feita por Saturno (o material) a Urano (o ideal) está perfeitamente representada a prova ou obstáculo que põe o terrestre ao idealizado ou, também, o tradicional ao renovador. E isto acontece com Urano por não estar mais atento a essa crua realidade material.

Posteriormente e como já sabemos, Júpiter, representação do bem, vencerá a Saturno, a malícia personificada neste deus. Para o Hesíodo, Urano foi o primeiro rei dos Atlantes, a quem civilizou, deu-lhes o calendário e lhes iniciou na Astronomia e na Astrologia. A mente uraniana voa sobre os instintos e penetra com energia nos planos mentais superiores. Quer renovar e trocar o mundo exterior mas apoiando-se em um estado de liberdade interior, pois senão a mudança externa será vã e superficial. A sua principal renovação está na renúncia às ideias egoístas e mesquinhas, abrindo-se assim com o poder da mente ao mundo sublime dos ideais e à criação, criatividade.

Este planeta confere o máximo poder criador e sua influência é avançada, revolucionária e transformadora. Urano mostra a maneira como o indivíduo pode libertar-se das cadeias da personalidade. Determina intuição, originalidade e inspiração. Repele todas as regras e códigos. Neste sentido, a iluminação pessoal pode ser obtida através da incorporação consciente do ser à percepção e conscientização da entidade grupal.

Urano foi descoberto em 1.781, poucos anos antes da Revolução Francesa, cujo lema seria "liberdade, igualdade e fraternidade". Urano dá a independência, a intuição, a originalidade, a vanguarda e a perspectiva futurista. Tem duas palavras-chave: intuição e mudanças bruscas.

A sua influência é extrema, pois pode criar aspectos e acontecimentos imprevistos, contrariedade ao que é normal ou acostumado e um anarquismo apoiado em não comprometer-se em nada; com Urano em benéfica posição nos lançamos à percepção de um estado futuro da humanidade, como nos define a ficção científica. Outros assuntos regidos por este planeta são o idealismo, o maior romantismo mental, a ciência humanista, a técnica ultramoderna e, assim mesmo, os movimentos fraternais que preparam a Nova Era de Aquário, influenciada por este planeta.

Essa é a maior dádiva de Urano; ele abençoa o indivíduo com honestidade, singularidade e informalidade, proporcionando-lhe a oportunidade de expressar sua independência de acordo com seu costume.

Quando as energias de Urano se manifestam, elas o fazem repentinamente. Existe algo dentro de nós que precisa ser livre e expressar independência, a saber a área onde Urano está no mapa e a casa que tem Aquário na sua cúspide. Houve revoluções dos mais variados tipos durante toda a história, com os seres humanos tentando derrubar aqueles que queriam abalar seu poder; esta singularidade de caráter sempre acompanhou o homem. Ele é e sempre foi um modelo original.

Como já se mencionou, Urano dá a intuição e o pensamento superior, próprios tanto do cientifico inventor como do ser que se guia em sua vida por uma mente lúcida e sintética, derivada da compreensão superior das leis que regem a vida. Neste último caso, e em ocasiões em alguns investigadores de ideias futuristas, diz-se que os uranianos têm concepções mais avançadas que as comuns na época em que nascem e vivem. É o típico caso do incompreendido que logo é gabado por sua mente fora de série.

A pessoa de natureza superior uraniana vislumbra pouco a pouco a nova civilização que se aproxima com a Era de Aquário, praticando e propagando a liberdade individual e coletiva, a fraternidade, a eliminação de barreiras entre os povos e as culturas, a síntese Oriente-Ocidente. Urano tem uma mente de síntese e, sendo intelectual sua natureza, sua visão do mundo é globalizadora, total e causal, por isso não se perde facilmente em divisões, subdivisões, classificações teóricas, etc. Assim mantém a visão de conjunto, mas terá que dizer que este planeta em sentido pressionado faz com que o ser humano seja um intelectualóide, quer dizer, que sabe muito e não pratica quase nada, o qual motiva que seu pensamento seja utópico e teórico, sem utilidade vivencial.

X
Peixes

Peixes

Netuno deus do mar, dos rios e das fontes, o Netuno dos romanos. Filho dos Titãs Cronos e de Réia, os romanos Saturno e Cibele, que detinham o controle do mundo. Quando o pai foi destronado e vencido, os titãs, os três irmãos, partilharam entre si o império do universo. Zeus ficou com o céu, a terra e o domínio e cuidado das deusas irmãs, Hades tornou-se o deus das profundezas, dos subterrâneos e das riquezas e ele herdou o reino dos mares. Neturno, normalmente, era representado como um homem de barba portando um tridente, o qual era usado para bater o mar e para separar pedaços de rocha.

Como ele era o senhor das águas salgadas e doces, desafiava sempre os outros deuses e entrava em discussões e conflitos com eles. Desejava ter como sua a cidade de Atenas, sob os protestos da deusa Atena, que considerava a cidade como sua. Os deuses fizeram uma reunião no Olimpo e decretaram então que a cidade seria daquele que oferecesse o presente mais útil aos mortais. Ele criou o cavalo com seu tridente a partir de uma pedra e Atena a oliveira e os deuses decidiram que a deusa havia vencido e a cidade foi dada a ela.

Descontente, às vezes ele sacolejava de modo tão violento que Plutão, governador da cidade de Hades, saltava de seu trono com medo de que a cidade caísse sobre sua cabeça.

Tinha poder sobre as tempestades e sobre os ventos. Garantia a segurança dos marinheiros ou a destruição de seus navios de acordo com sua vontade. Ele possuía um palácio de ouro, situado no fundo do mar, e percorria a superfície da água, numa carruagem de ouro, levada por cavalos velozes. Sua arma era o tridente, uma lança terminada em três pontas e com a qual ele podia provocar terremotos na terra. Sua esposa, a ninfa do mar, a nereida, Anfitrite, deu à luz diversos filhos seus, incluindo Tritão - metade homem e metade peixe. Além disso, possuía um grande número de outros filhos ilegítimos, incluindo monstros e gigantes de seus numerosos casos extraconjugais.

Netuno mora em um belo palácio no fundo do mar Egeu e percorre os oceanos em uma carruagem de cavalo de cabeça de bronze e crina de ouro. A sua carruagem é seguida de urna comitiva de milhares de nereidas, hipocampos, delfins, ninfas, etc. E quando ela passa, as ondas se abrem tranquilamente.

Para os gregos Poseidon simbolizava também os tremores de terra e, em consequência, os epiléticos, com seus tremores, também deviam estar possuídos pelo deus. Os cavalos eram patrocinados por ele e como eram animais de luxo, Netuno passou a ser também uma divindade aristocrata. Neste aspecto, ele se equiparava a Zeus. Engravidou a górgona Medusa, gerando Crisaor e Pégasus. Do rapto de Atra resultou o nascimento de Teseu. Um de seus casos amorosos mais conhecidos envolveu a sua irmã, Deméter. Ele a perseguiu e para evitá-lo, ela se transformou em uma égua. Em seu desejo por ela, ele se transformou em um garanhão e copulou com a égua. Deste encontro nasceu um esplêndido cavalo, Arion. Esta associação possivelmente vem do fato de que assim como Deméter era originalmente uma deusa da fertilidade, ele era também deus dos cavalos, pois criou o primeiro.

Netuno é o planeta que mais matizes possui devido as suas próprias características de plasticidade e mobilidade. Igual a Urano rege a esfera mental superior, Netuno se relaciona com o plano astral ou emocional.

O que lhe influi a pessoa com um grande componente do Poseidon é que possui a característica da intensidade e a profundidade na experiência psíquica, o qual lhe pode levar a cinco caminhos principais: a vida espiritual, a arte, o ócio, a evasão mediante narcóticos e as prática psíquicas inferiores, além da superstição.

Por um lado, dá a alta espiritualidade e a compreensão da frase bíblica: "Deus está no céu, na terra e em todo lugar"; e também cria a inspiração do artista, "cujo mérito não só está em poder subir, mas também em saber baixar".

No outro extremo, está o intento de evasão e a hipersensibilização do corpo astral mediante métodos que trazem logo as suas funestas consequências, tanto físicas como mentais: álcool, drogas, etc., assim como certas práticas de caráter psíquico inferior. Netuno às vezes leva a suicídio ou a mortes estranhas, como também às perversões sexuais ou aos desequilíbrios mentais (esquizofrenia, neurose, etc.). Têm-se que evitar influências psíquicas prejudiciais, personificadas às vezes em más companhias, porque Netuno contribui com muito sentimento de comunidade psíquica ou de absorção das atmosferas psíquicas, em detrimento da autoconsciência.

Indica hipersensibilidade e excessiva passividade externa, que levam a sonho, a regressão, ao engano, aos amores platônicos que nunca se realizam, mas a vibração de Netuno traz reveses misteriosos e daí: se quando tudo for caos, neurose e fraude a nosso redor, nos mantivermos retos, os planos superiores chegam a recuperar o seu equilíbrio, gerando mais humildade nos egoístas, fazendo mentirosos enganados, desequilibrando aos que criam desequilíbrios e nos proporcionando um sentimento mais universal das coisas.

Em seu sentido superior, homens e mulheres netunianos possuem vivências internas muito ricas e sutis, as quais lhes levam a recolhimento, ao isolamento e a introspeção. A sua motivação é a realização de um estado de plenitude espiritual que não tem por que estar relacionado com uma religião particular, pois estas pessoas sabem que, em suas bases tradicionais, todas as religiões são iguais, mas bem se trata de uma vivência mediante a experiência pessoal, no que se dá a chamar de diferentes formas: deus, energia universal, cosmos, a divindade.

No escalão netuniano mais desenvolvido, o qual é muito difícil de alcançar, o homem se converte em um instrumento consciente das leis naturais, para o qual antes tem que dissolver a sua personalidade superficial. Assim pode identificar-se com sua verdadeira individualidade, ser um homem realmente livre e atuar voluntariamente como um elo na realização de algo espiritual. A partir daqui, iremos descendendo gradualmente na escala vibratória do planeta, chegando agora ao místico, ou ao religioso que busca o êxtases, o humilde serviço e a redenção.

Netuno está relacionado com o amor místico universal, mas também dá a tendência aos amores platônicos que quase nunca se realizam, assim como aos consequentes enganos e desenganos sentimentais.